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O que nós sugerimos que um recém formado no curso Green Belt faça

Esta é uma pergunta feita por vários, dos alunos que fazem o curso de Six Sigma conosco. O que eu faço depois ser curso de Green Belt? Mudo de empresa? Peço um aumento? Peço um orçamento maior? Exijo uma promoção? Exijo um time de melhoria para eu gerenciar? Faço o Black Belt?

A primeira coisa que o Green Belt deve pensar é em como aplicar o que ele aprendeu no curso. Muito cuidado nesta hora, não falo para ele tentar aplicar tudo, pois é muito difícil e há um risco muito grande dele se perder. Falo de aplicar o que ele aprendeu de fato. O importante é aplicar os conceitos que ficaram.

No meu caso, quando fiz o curso, os conceitos que mais ficaram foram as três questões, o ciclo PDSA e a variabilidade. Atentar-se para o fato de que existe variabilidade no mundo é algo difícil para um engenheiro, acostumado ao determinismo clássico de Descartes.

Inclusão do método

Com estes conceitos básicos na cabeça, voltei para a empresa em que trabalhava enxergando tudo de maneira diferente. A primeira coisa que mudei em meu comportamento foi a inclusão do método nas ações que fazíamos. Com o que eu aprendi no curso, foi possível frear o ímpeto dos funcionários para a realização de mudanças. Consegui passar a todos que mudar não necessariamente é melhorar ou inovar. Para melhorar, precisamos de método.

Pensando assim, me reuni com a equipe e expliquei que qualquer projeto de “melhoria” seria feito seguindo um método, muito simples, chamado de três questões. Recomendei que antes de qualquer projeto, deveríamos responder qual era seu propósito, quais indicadores queríamos melhorar e, somente depois, qual ação deveríamos tomar. Dissemos chega ao método antigo, chamado de tentativa e erro pela equipe ou “heurístico” pelos acadêmicos. Não dava mais para gerenciarmos a empresa no puro talento, pois agora eu tinha uma alternativa e sabia que ela funcionava melhor.

Equilíbrio de forças

Claro que ao sugerir tal mudança, houve resistências. Meu caro Green Belt, devo alertá-lo que nem tudo são flores nesta jornada, porém não desista porque vale a pena. As maiores resistências que enfrentei, veio de alguns gerentes mais velhos, o que é natural. Ao colocar-me no lugar deles, ficou claro que pensaria da mesma forma, pois toda mudança pressupõem um novo equilíbrio de forças. A tarefa minha e da nossa equipe foi convencê-los que este equilíbrio seria favorável, caso eles aderissem ao novo método. Ao fim de seis meses, conseguimos uma boa adesão.

Lembro que o primeiro projeto que tocamos, neste novo modelo, foi o 5S. Você pode me perguntar, caro leitor, se não estou confundindo as bolas falando de 5S num blog dominado pelo Seis Sigma. Repondo que não. Para mim, tanto o Lean como o Seis Sigma podem ser enquadrados como metodologias para realizar melhorias. E, para todos os projetos de melhoria, eu uso as três questões

Definidos os objetivos

Nosso 5S foi realizado, pois queríamos melhorar o ambiente, por meio da redução da desorganização e ainda ganhar um dinheiro extra, vendendo as nossas sucatas. Definidos os objetivos, criamos dois indicadores para respondermos a segunda questão: nota de 0 a 10 pela organização e um indicador financeiro para medirmos o quanto ganharíamos vendendo a sucata. No fim, retiramos 14 toneladas de retalhos, que até então, era guardados para serem utilizados numa eventual necessidade. Estas 14 toneladas, que foram acumuladas ao longo dos 7 anos de empresa, nos renderam R$ 5.000,00. De certo, era um projeto pequeno, mas na época, nos ajudou a pagar a folha e a tornar o ambiente bem mais agradável.

Além destes ganhos, tivemos um outro ganho que não conseguimos planejar antes do projeto. A equipe inteira começou a respeitar nossa equipe e as três questões. Um dos dias melhores dia, da jornada, foi quando os funcionários da produção vieram nos pedir formulários para preencherem as três questões, pois os deles havia acabados. Isto foi um marco na minha jornada pela melhoria, pois pela primeira vez eu senti o gosto de um projeto de sucesso. Não apliquei ferramenta estatística nenhuma, nesta primeira vez, apenas o Modelo de Melhoria. Mas, tive a certeza de que valia a pena me aprofundar no assunto e revisar os conceitos aprendidos no meu curso Green Belt, pois se até o mais simples valia ouro, imagina os mais complexo.

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2 comentários em “O que nós sugerimos que um recém formado no curso Green Belt faça”

  1. Adorei esta matéria, fiz o curso de Gren Belt e tenho que apresentar para meu gestor e sinto muita insegurança, poderia me dar algumas dicas?
    Está sendo um desafio muito grande para mim este curso !!!

    Obrigada !!

  2. Pingback: Curso Green Belt: o que é, para que serve e onde fazer

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