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O que é VPL e Como Esse Cálculo Pode Auxiliar na Tomada de Decisão

O VPL – Valor Presente Líquido – é uma importante ferramenta para planejar os investimentos em projetos de uma empresa.

Ele ajuda a entender se o esforço vai valer a pena, adaptando os números futuros à perspectiva presente.

É um cálculo que dá subsídios mais concretos para que o administrador não tenha apenas a intuição como ferramenta para guiar suas decisões.

Porque, por melhor que seja nosso sentimento em relação a uma ideia, deixar de botar os números das projeções no papel e de usar métodos profissionais de gestão para avaliar a sua viabilidade pode ser um grande tiro no pé.

É preciso ser criterioso em relação ao dinheiro, lembrando sempre que seu valor flutua – por conta da inflação – e que há sempre que se considerar o custo de oportunidade.

Se vale mais a pena aplicar o dinheiro e deixá-lo rendendo ao longo dos anos, por que mobilizar tantos recursos e correr tamanho risco com um projeto?

Calculando o Valor Presente Líquido, o empreendedor terá uma noção mais objetiva de tudo isso.

Quer entender melhor o que é VPL, para que ele serve, qual a sua importância e como calculá-lo?

É sobre isso que vamos falar neste artigo.

Então, siga a leitura!

o que é vpl?

O que é VPL (Valor Presente Líquido)?

VPL é um método para calcular a viabilidade econômica e financeira de um projeto, descontando a Taxa Mínima de Atratividade (TMA).

A sigla quer dizer Valor Presente Líquido, pois pega números relativos a projeções do fluxo de caixa futuro e traz para os padrões atuais.

Para se chegar ao resultado do VPL, deve ser preenchida uma fórmula (que explicaremos no tópico “Como realizar o cálculo do VPL?”).

Essa fórmula abrange o custo do investimento inicial, o valor do TMA e as receitas futuras advindas do projeto.

Com o resultado em mãos, a tomada de decisão fica mais simples.

Se o VPL for superior a zero, vale a pena apostar no projeto em questão. Se for igual ou menor que zero, o investimento é desaconselhado.

Apesar de não ser perfeito (mais adiante, vamos contrapor vantagens e desvantagens do método), é uma das ferramentas mais conhecidas e utilizadas para analisar a viabilidade dos projetos em uma organização.

Se o administrador aplicar o VPL com correção, tiver o cuidado de considerar seus prós e contras e complementar a análise com outras ferramentas, poderá tomar suas decisões com maior segurança.

O que é TMA?

É fundamental que, antes de sair aplicando a fórmula do VPL, você entenda o que é e como chegar no resultado da TMA, a Taxa Mínima de Atratividade.

A TMA é uma taxa usada principalmente no mercado financeiro, e representa a taxa mínima com a qual um investimento deve remunerar o investidor para que seja considerado uma aplicação viável.

E como se chega a essa taxa de referência? Há três componentes básicos para calcular a TMA:

Liquidez: a velocidade com a qual é possível resgatar o investimento

Risco: deve haver um bom equilíbrio entre o risco e o ganho esperado

Custo de oportunidade: os rendimentos do investimento em questão devem superar a receita que seria obtida com o mesmo montante aplicado em ativos tradicionais com rendimento seguro e garantido.

Muitas empresas optam por utilizar, no cálculo do VPL, o valor referente ao custo de capital no lugar da TMA.

E agem assim porque essa troca pode fazer muito mais sentido no contexto de investimentos no setor produtivo.

O custo de capital é um pouco mais simples, não considera a liquidez e os riscos no cálculo.

Ele é, basicamente, o custo de oportunidade de não investir o dinheiro em um fundo de ações, por exemplo.

Por que calcular o VPL?

Por que calcular o VPL?

Recomenda-se calcular o Valor Presente Líquido antes de dar o aval para um grande investimento para saber se, com a previsão de fluxo de caixa do projeto, a empresa crescerá, terá prejuízo ou “empatará”.

Como veremos mais à frente, um dos problemas do VPL é justamente o fato de que ele se baseia em previsões, sobre as quais nunca é possível ter 100% de certeza de que se concretizarão.

Por outro lado, estamos falando de previsões que, sem o VPL, também seriam levadas em consideração para a tomada de decisão, seja qual for o método de análise de viabilidade utilizado.

O que temos que considerar aqui não é o risco da previsão não se concretizar, mas sim de interpretar da maneira errada como esses números vão impactar de fato o caixa da empresa.

É para isso que serve o VPL, para entender, a partir dos dados disponíveis, se apostar determinada quantia em um projeto pode trazer resultados que compensam.

Outros métodos de avaliação de projeto

Outros métodos de avaliação de projeto

O cálculo do Valor Presente Líquido não é o único que pode ser feito para avaliar a viabilidade de um projeto.

A seguir, apresentamos a você outras duas alternativas.

TIR

TIR significa Taxa Interna de Retorno. Ela indica o percentual de retorno que o investimento trará a partir do valor mínimo para a sua execução.

Para chegar à conclusão se o projeto vale a pena ou não, deve-se comparar o resultado da TIR com o TMA.

Sendo a Taxa Interna de Retorno maior que a Taxa Mínima de Atratividade, o investimento vale a pena, pois trará lucro para a companhia.

Se a TMA for maior, é o contrário: vale mais a pena investir o dinheiro em outra aplicação, ou é provável que a empresa terá prejuízo.

Na realidade, usar o método da TIR para calcular a viabilidade não é muito diferente do VPL, até porque o resultado do Valor Presente Líquido é um dos componentes que vai na fórmula – sem contar que é usada a TMA como referência.

A diferença é que a VPL deve ser igualada a zero para se chegar no percentual equivalente à TIR.

Payback

Payback é uma palavra inglesa que significa retorno.

Pay = pagamento; back = de volta. Ou seja, é a volta do dinheiro que foi pago por algo.

No contexto sobre o qual estamos tratando aqui, é muito fácil de entender: payback é um cálculo usado para saber qual o tempo que transcorrerá desde um investimento até que o administrador recupere o dinheiro que foi investido.

Tanto faz se o gestor imagina um retorno em alguns meses ou em vários anos.

O cálculo do payback vai servir para ter uma estimativa mais precisa de quando de fato ele recuperará aquela quantia e alcançará a linha que divide o prejuízo do lucro.

Se é previsto que o projeto tem vida limitada e um grande risco, porém, a utilidade do payback, cuja fórmula é bastante simples, é maior.

O cálculo é feito dividindo o investimento inicial com o resultado médio do fluxo de caixa estimado para o projeto.

Os valores da segunda variável devem ser referentes às entradas e saídas mensais, o que significa que o resultado do cálculo será o número de meses, não de anos, em que o payback acontecerá.

O cálculo só é simples, porém, se os valores já estiverem à mão.

Para estimar o fluxo de caixa do projeto, é preciso ser cuidadoso e criterioso, se valendo de projeções realistas e embasadas em medições objetivas sempre que possível.

Avaliação de risco vantagens e desvantagens

Avaliação de risco vantagens e desvantagens

Empreender é uma atividade na qual o risco é intrínseco.

Por mais segura que a empreitada possa parecer, nunca há garantia de que as expectativas serão alcançadas.

Mesmo assim, é preciso buscar maneiras de minimizar esse risco, e é justamente por isso que existem métodos de avaliação de viabilidade de projetos, como o Valor Presente Líquido (VPL).

Esses métodos utilizam cálculos matemáticos, ou seja, a análise de risco e de viabilidade é teoricamente uma ciência exata.

No mundo prático, porém, não é bem assim, porque as previsões podem ou não se confirmar, imprevistos acontecem e diferentes cálculos levam a distintos insights.

O que não significa que calcular o VPL, a TIR ou o payback seja inútil, mas sim que cada método tem seus prós e contras.

A seguir, vamos falar sobre as vantagens e desvantagens de usar o cálculo do VPL na tomada de decisão de uma empresa.

VPL Vantagens

Entre as principais vantagens do VPL está o fato de que o método leva em consideração o valor do dinheiro no contexto do tempo em que ele será gerado.

Se projetarmos, por exemplo, que no ano que vem determinado projeto vai gerar R$ 50 mil de receita, temos que entender que, daqui a um ano, esses R$ 50 mil não valerão o mesmo que valem atualmente.

Seria impreciso, portanto, colocar em pé de igualdade essa quantia com o dinheiro que foi investido agora para dar início ao projeto. É preciso projetar o valor futuro, e o VPL faz isso.

Na comparação com o cálculo do ROI (retorno sobre investimento) e payback, é uma grande vantagem, pois esses dois métodos não consideram a diferença no poder de compra futuro com o atual.

Outra vantagem é que a projeção sobre a qual acabamos de falar não leva em consideração somente a inflação, mas também o TMA, que, no contexto de projetos corporativos, é o custo de capital da empresa.

Por fim, podemos citar como uma vantagem do VPL a facilidade de interpretação do resultado na tomada de decisão.

Se for positivo, o projeto vale a pena. Se for igual a zero ou negativo, não vale.

Simples assim.

VPL Desvantagens

Apesar de ser um bom método de avaliação da viabilidade de projetos, o VPL também tem várias desvantagens que nunca devem ser desconsideradas.

Uma delas é que o método exige uma previsão bastante precisa dos fluxos de caixa futuros, o que demanda um conhecimento elevado de indicadores e parâmetros financeiros.

E, mesmo com esse conhecimento, em grande parte das vezes, é impossível que essa previsão seja precisa, devido à volatilidade do mercado.

Isso acontece em projetos nos quais as receitas projetadas são bastante confiáveis e objetivas – como um contrato com cláusulas de segurança engatilhado com um parceiro comercial, ou uma melhora estrutural que vai gerar economia de custos certa.

Se os resultados dependerem da venda para o consumidor final pessoa física, por exemplo, as receitas são muito incertas, tornando o cálculo do fluxo de caixa muito subjetivo.

Outra desvantagem é que o VPL não é um bom método para avaliar projetos com uma escala maior, ou seja, com duração longa.

Se o horizonte é distante, é preferível experimentar outros modelos de avaliação, pois o resultado do Valor Presente Líquido pode indicar que o projeto não vale a pena sem considerar a escala.

Como realizar o cálculo do VPL?

Para calcular o VPL, o primeiro passo é montar uma tabela na qual cada linha representa um ano (ou mês, dependendo da escala) do projeto.

A primeira coluna representa o fluxo de caixa e a segunda o valor presente – que é o valor do fluxo de caixa descontado da TMA, a Taxa Mínima de Atratividade.

A seguir, veja um exemplo em que a TMA de um projeto é 10% e o investimento inicial 2.000.

Para saber o valor presente de cada fluxo de caixa, é preciso aplicar a respectiva fórmula (considerando que “0,10” é referente ao TMA).

Veja:

Período Fluxo de caixa Valor presente
0 -2.000 -2.000
1 200 200 / (1+0,10)¹
2 350 350 / (1+0,10)²
3 420 420 / (1+0,10)³
4 500 500 / (1+0,10)⁴
5 680 680 / (1+0,10)⁵

Aplicando a fórmula para preencher a coluna com o valor presente, a tabela fica assim:

Período Fluxo de caixa Valor presente
0 -2.000 -2.000
1 200 181,818
2 350 289,256
3 420 315,552
4 500 341,506
5 680 422,226
Soma 150 -449,642

Veja que, se não considerássemos o valor presente, somando os fluxos de caixa e descontando o investimento inicial, o resultado seria de 150 positivos. Ou seja, um indicativo de que o projeto daria retorno.

Aplicando a fórmula e considerando o VPL, porém, o resultado é de -449,642. Este é o VPL, que indica que o projeto daria prejuízo e não é, portanto, recomendável.

Essa tabela pode ser montada no Excel, usando a função =VPL (ou =NPV em inglês), indicando as células dos fluxos de caixa e também o valor da TMA.

Avalie os resultados do Valor Presente Líquido

Como explicamos antes, uma das principais vantagens do VPL é que é muito simples interpretar seu resultado.

Afinal, existem apenas três possibilidades.

Uma delas é o VPL terminar neutro, ou seja, descontando o investimento inicial da soma dos valores presentes dentro do período avaliado, o resultado será zero.

Geralmente, nessa hipótese, o administrador abre mão do projeto, por achar que não vale a pena o desgaste.

Para iniciar um projeto, é preciso defender a ideia e mobilizar muitos recursos, sem contar que corre-se um risco que pode não estar bem contemplado no cálculo do TMA.

Pode acontecer, no entanto, de o empreendedor considerar outros aspectos, como os ganhos que o projeto trará para a imagem e reputação da empresa.

São bens intangíveis, mas que pode se refletir em receitas no futuro.

Outra possibilidade é o VPL ser negativo.

Nesse caso, não há razões para insistir na realização do projeto, a não ser que sejam feitas mudanças que alterem as previsões.

Por fim, se o VPL resultar positivo, isso significa que o projeto deve ir adiante, pois trará boas receitas e ajudará a empresa a crescer.

Projetos Lean Six Sigma e o VPL

O VPL serve para motivar a decisão de começar ou não um projeto.

Caso essa decisão seja positiva, agora começa um trabalho novo: planejar e executar o projeto com qualidade.

Para que os resultados projetados sejam alcançados – ou até mesmo superados – é preciso lançar mão de metodologias de gestão que potencializem as chances de sucesso.

A melhor delas é a Lean Six Sigma, pois aproveita as técnicas e ensinamentos de outras duas metodologias bastante testadas e consagradas em organizações do mundo todo.

Uma delas é a Lean Manufacturing, que tem origens no Sistema Toyota de Produção e tem como objetivo principal a redução de desperdícios nos processos da empresa.

A outra é o Six Sigma, também conhecida como Seis Sigma.

Com ela, as companhias utilizam a análise de dados e cálculos estatísticos para promover a melhoria contínua, reduzindo o desvio padrão nos processos e os defeitos nos produtos.

Os dois objetivos são complementares, e é por isso que a Lean Six Sigma é uma metodologia completa para tornar a empresa mais ágil e elevar seus padrões de qualidade.

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Conclusão

Seja qual for a área de atuação da sua empresa, você já deve ter diagnosticado a necessidade que ela tem de se reinventar constantemente.

Vivemos um período em que o comportamento e as preferências do consumidor variam demais, principalmente devido à tecnologia e à hiperconexão que tornou o avanço do tempo mais rápido.

Nesse contexto, é importante que as empresas experimentem novas ideias e busquem a inovação. Mas com responsabilidade.

Para que essa mentalidade de criar coisas novas não resulte em prejuízos para a organização, é importante saber como usar cálculos como o VPL.

Chegar no resultado do Valor Presente Líquido de um projeto ajuda a avaliar sua viabilidade. Vale a pena apostar nele ou não?

Acreditamos que, depois desta leitura, você tenha a resposta.

Caso tenha ficado com alguma dúvida ou queira opinar sobre o assunto, deixe um comentário abaixo.

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