A matriz de priorização é uma ferramenta essencial para tomar decisões com mais critério e agilidade, especialmente em ambientes que lidam com muitos projetos, demandas ou problemas simultaneamente.
Ao aplicar essa metodologia, gestores conseguem comparar alternativas de forma objetiva, considerando critérios como impacto, urgência, esforço ou custo.
Isso garante que os recursos da organização sejam alocados nas iniciativas mais alinhadas aos objetivos estratégicos e com maior retorno.
Quer saber mais sobre o que é matriz de priorização, quais os principais tipos e como aplicar? Siga a leitura!

O que é uma matriz de priorização?
Uma matriz de priorização é uma representação visual usada para classificar e ordenar tarefas, projetos ou soluções com base em critérios pré-estabelecidos.
Ela permite que uma equipe enxergue claramente o que deve ser tratado primeiro, o que pode esperar e o que, eventualmente, pode ser descartado.
São diversas as aplicações possíveis: da definição de backlog em squads de TI até a escolha de projetos de melhoria em ambientes industriais.
Na metodologia Lean Six Sigma, a matriz de priorização tem papel decisivo no ciclo DMAIC, especialmente nas fases de “Definir” e “Melhorar”.
Para que serve a matriz de priorização?
A matriz de priorização serve para orientar decisões com base em critérios objetivos, permitindo que equipes e gestores foquem nas ações que geram maior valor para o negócio.
Em vez de definir prioridades por instinto ou pressão pontual, ela oferece um método estruturado para comparar alternativas, considerando fatores como impacto, urgência, custo, risco e esforço.
Essa abordagem reduz a subjetividade, melhora a alocação de recursos e aumenta a transparência nas decisões.
Na prática, a matriz evita que tempo e dinheiro sejam desperdiçados em iniciativas pouco relevantes, ao mesmo tempo em que facilita o alinhamento entre áreas com interesses diferentes.
Também reduz conflitos internos, já que as decisões passam a ser sustentadas por critérios previamente acordados.
Além de otimizar a rotina e os projetos, a ferramenta reforça a cultura de dados e planejamento estratégico.
Na indústria, por exemplo, pode ser usada para priorizar melhorias no chão de fábrica, escolher fornecedores ou organizar planos de manutenção.
Em equipes de produto ou inovação, ajuda a selecionar ideias mais viáveis para testes e MVPs.
Mesmo em tarefas pessoais, como na gestão do tempo, a matriz é útil para decidir o que fazer primeiro.
Por todos os motivos que elencamos acima, podemos dizer que a matriz de priorização transforma a forma como decisões são tomadas, promovendo mais foco, clareza e impacto nos resultados.
Aplicação da matriz de priorização na indústria
Na indústria, a matriz de priorização é utilizada em diversos contextos, como:
- Seleção de projetos de melhoria em programas Lean Six Sigma
- Definição de planos de manutenção preventiva
- Identificação de gargalos ou perdas mais relevantes
- Escolha de fornecedores ou tecnologias.
Seu uso permite decisões mais rápidas e fundamentadas em dados, essenciais para ambientes produtivos com alta complexidade operacional.
Um caso comum é a matriz de esforço x impacto na gestão da rotina, apoiando supervisores na organização das tarefas diárias e no direcionamento de equipes.
Ela também pode ser usada em reuniões de Gemba para priorizar ações corretivas ou oportunidades de padronização, sempre com foco na eficiência e no valor entregue ao cliente.
Principais tipos de matriz de priorização
Existem diferentes tipos de matrizes, que variam conforme os critérios adotados, o grau de complexidade e o contexto de aplicação.
Matriz GUT (gravidade, urgência e tendência)
Muito utilizada para gestão de problemas, a matriz GUT avalia três aspectos:
- Gravidade: o impacto do problema
- Urgência: o tempo disponível para agir
- Tendência: a chance de o problema piorar.
Cada critério recebe uma nota de 1 a 5. Multiplicando-se os três valores, obtém-se uma pontuação final, usada para ordenar os itens.
Matriz esforço x impacto
Simples e eficaz, essa matriz plota tarefas em um eixo cartesiano, considerando o impacto da ação e o esforço necessário para executá-la.
As tarefas com alto impacto e baixo esforço são priorizadas (o que muitos chamam de “ganhos rápidos”), enquanto as de alto esforço e baixo impacto são evitadas.
É uma das mais usadas em gestão de projetos e melhoria contínua.
Matriz de Eisenhower
Popularizada por Dwight Eisenhower, ex-presidente dos EUA, a Matriz Eisenhower ajuda na organização pessoal e gestão de tempo.
As atividades são divididas em quatro quadrantes:
- Urgente e importante: faça imediatamente
- Importante, mas não urgente: agende
- Urgente, mas não importante: delegue
- Nem urgente nem importante: elimine.
Matriz de Priorização de Critérios Ponderados (MPCP)
Mais sofisticada, pode ser a ideal quando há muitos fatores a considerar.
O grupo define critérios de avaliação, atribui pesos conforme a importância de cada um e, em seguida, pontua as alternativas para cada critério.
É muito usada em projetos Lean Six Sigma para seleção de soluções, oportunidades de melhoria ou escolha de fornecedores.
Como construir uma matriz de priorização passo a passo
Embora existam vários modelos, o processo geral de construção de uma matriz segue etapas similares.
1. Defina o objetivo da matriz
Antes de tudo, é preciso saber o que se quer priorizar: demandas de um setor, projetos de inovação, problemas operacionais, etc.
Esse objetivo guiará a escolha do tipo de matriz e dos critérios mais relevantes.
2. Levante as opções a serem avaliadas
Liste todas as opções ou alternativas que estão sendo consideradas.
Quanto mais claro for esse levantamento, mais consistente será a análise posterior.
3. Estabeleça os critérios de avaliação
Esses critérios variam conforme o objetivo, mas alguns exemplos comuns incluem:
- Custo
- Retorno esperado
- Tempo de execução
- Riscos envolvidos
- Aderência estratégica
- Complexidade técnica.
No caso da MPCP, também é necessário atribuir pesos a cada critério, de acordo com sua relevância.
4. Atribua notas ou níveis para cada critério
Com base em dados ou percepções do grupo, cada alternativa deve ser avaliada conforme os critérios definidos.
Use uma escala comum (por exemplo, de 1 a 5) para facilitar a comparação.
5. Calcule os resultados e classifique as opções
A forma de cálculo depende da matriz adotada.
Na GUT, multiplica-se gravidade, urgência e tendência. Na MPCP, multiplica-se a nota pelo peso de cada critério.
Com os resultados em mãos, ordene as opções da mais prioritária para a menos relevante.
6. Visualize os resultados em uma matriz
Mesmo quando os dados são numéricos, visualizá-los em uma matriz facilita a comunicação com o time e outras partes interessadas.
Use quadros, eixos cartesianos ou planilhas para apresentar os dados.
7. Revise e alinhe com as partes interessadas
A matriz não substitui o diálogo. Compartilhe os resultados com o grupo, valide percepções e ajuste, se necessário.
A ideia é que a matriz seja um instrumento de decisão coletiva, e não imposição.

Ferramentas digitais para criar matrizes de priorização
Com a digitalização dos processos organizacionais, diversas ferramentas digitais passaram a ser utilizadas para criar, visualizar e compartilhar matrizes de priorização de forma ágil e colaborativa.
Elas ajudam não só nos cálculos, como também na organização visual e no envolvimento de equipes distribuídas.
Confira algumas das principais opções:
- Microsoft Excel: ideal para matrizes mais estruturadas, permite uso de fórmulas, gráficos e tabelas dinâmicas. Muito usado em análises de critérios ponderados.
- Google Sheets: versão online e colaborativa do Excel, excelente para equipes que trabalham em nuvem e precisam editar simultaneamente.
- Miro: plataforma de quadro branco digital que oferece templates visuais para matrizes como GUT e Esforço x Impacto. Ótima para workshops e dinâmicas remotas.
- Mural: alternativa ao Miro, voltada para colaboração visual em tempo real. Permite montar matrizes com post-its digitais e diagramas intuitivos.
- Trello: sistema de gerenciamento de tarefas por quadros e cartões. Permite priorização com etiquetas, colunas e checklists.
- Asana: ferramenta de gestão de projetos com recursos de priorização visual, cronogramas e painéis personalizados.
- ClickUp: reúne funcionalidades de tarefas, metas, documentos e dashboards em um único ambiente. Permite aplicar filtros e tags para priorização.
- Minitab: software robusto para projetos Lean Six Sigma, com recursos estatísticos e ferramentas para análise e priorização de problemas e soluções.
A escolha da melhor ferramenta depende do objetivo da matriz, do nível de complexidade e do perfil da equipe envolvida.
Relação entre matriz de priorização e metodologias Lean
O pensamento enxuto parte do princípio de eliminar desperdícios e maximizar o valor entregue ao cliente.
Para isso, é essencial focar os esforços nas iniciativas certas.
A matriz de priorização ajuda justamente a evitar o uso equivocado de tempo, dinheiro e talento, permitindo que a organização concentre-se no que realmente agrega valor.
Na metodologia Lean Six Sigma, ela também se alinha a ferramentas como FMEA, SIPOC, Diagrama de Causa e Efeito e Análise de Pareto.
Cada uma dessas ferramentas complementa a tomada de decisão com dados e critérios consistentes.
Conclusão
A matriz de priorização é uma aliada poderosa para qualquer líder ou equipe que deseja tomar decisões mais acertadas e alinhadas aos objetivos do negócio.
Sua aplicação vai muito além da gestão de tarefas, sendo essencial para ambientes que trabalham com projetos, inovação, melhoria contínua ou planejamento estratégico.
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