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Produção puxada: o que é, qual o objetivo, exemplos e como funciona

A produção puxada pode não ser a solução definitiva para problemas com estoque, mas facilita bastante a gestão.

Esse modelo de produção foi desenvolvido no Japão pós-guerra, em um contexto no qual o espaço para desperdício era zero.

A partir do país do sol nascente, ele se disseminou mundo afora, passando a ser utilizado em larga escala por todo tipo de empresa.

Nas próximas linhas, saiba como funciona o modelo, suas vantagens, desvantagens e como se tornar um gestor qualificado para sua implementação.

produção puxada

O que é produção puxada?

Produção puxada é um modelo de fabricação de bens de consumo em que a empresa produz  somente conforme a demanda existente, em vez de tentar criar a demanda.

Ele nasceu junto com o Toyotismo, escola da indústria que se opôs ao Fordismo em diversos pontos, entre os quais o próprio modo de produzir.

Afinal, no Fordismo, prevalece a produção empurrada, como vamos falar mais à frente.

Internacionalmente, a produção puxada veio a se tornar conhecida pelo termo Just-in-Time, que remete a um modo de produzir que acontece quase “ao vivo”.

Diferenças entre produção puxada e empurrada

Para começo de conversa, na produção puxada é o mercado que diz para a indústria quanto ela deverá produzir.

Uma lógica distinta é seguida no modelo de produção empurrada, em que a indústria é que estabelece o quanto quer produzir, para depois ir ao mercado em busca de compradores.

Por isso, costuma-se dizer que a produção empurrada é orientada para o estoque.

Independentemente da sua capacidade de escoamento, o que pauta o volume a ser produzido é a capacidade de armazenagem e não o mercado.

Qual é o objetivo do sistema de produção puxado?

Voltando aos primórdios, quando a produção puxada era um modelo pouco conhecido, vemos o quanto ela faz sentido até na atualidade.

Afinal, foi criada para reduzir ou eliminar a dependência do estoque, já que depois da Segunda Guerra, o Japão era um país arrasado e sem recursos.

Nenhuma empresa podia se dar ao luxo de estocar.

Foi nesse cenário que o sistema de produção puxada surgiu como uma solução, tendo como principal objetivo poupar recursos e zerar o desperdício.

Como funciona a produção puxada?

Resumidamente, o modelo JIT funciona em moldes parecidos com os de um delivery.

Significa que, antes de produzir, a indústria vai primeiro procurar saber para quantas pessoas vai vender.

Isso implica um comprometimento ainda maior com a qualidade, já que a ideia é girar os produtos assim que eles saem de fábrica.

Dessa forma, a produção puxada concentra seus esforços de gestão no fluxo de materiais e não no de estoque.

Exemplos de empresas com produção puxada

O modelo JIT nasceu na indústria automobilística, mais precisamente na Toyota.

Com o passar do tempo, foi sendo replicado em empresas de diversos segmentos industriais.

Hoje, a produção puxada é quase onipresente, fazendo parte das estratégias nos mais variados estratos da indústria de transformação.

No segmento farmacêutico, por exemplo, ele ajuda a orientar as operações em um segmento que trabalha com uma margem de precisão milimétrica, assim como em hospitais.

Também se faz notar nas indústrias alimentícia, têxtil, de bens duráveis e até no setor extrativista.

Vantagens da produção puxada

O modelo de produção puxada pela demanda não teria se popularizado se não fosse realmente eficaz.

Desde que foi criado, ele vem proporcionando resultados muito acima da média, ajudando a indústria a solucionar um problema sempre presente: o desperdício.

Isso porque, como veremos na sequência, ele traz vantagens competitivas que não se pode desprezar, ainda mais com a concorrência cada vez mais feroz.

Vamos conferir que vantagens são essas.

Minimização do estoque

O estoque é considerado por parte dos gestores na indústria como um “mal necessário”.

Não é difícil entender por quê, se lembrarmos que se trata de um espaço destinado apenas para guardar produtos e que gera um custo operacional considerável.

Sem estoque, as empresas poupariam uma parcela expressiva das suas despesas.

Até porque, como mostrado no site Statista (em inglês), os custos com armazenamento tendem sempre a crescer.

Redução de perdas

Eliminar o estoque ou reduzir a dependência desse setor traz uma vantagem adicional, que é a redução das perdas associadas ao armazenamento, conhecida como ruptura de estoque.

Lembre-se de que o fator tempo é decisivo nesse sentido, já que quanto mais um produto permanece estocado, maiores as chances de ser extraviado ou se deteriorar.

Ao escoar a produção assim que ela é finalizada, a indústria reduz as perdas apenas por passar menos tempo com o produto sob sua custódia.

Satisfação do cliente

Um produto que chega às mãos dos clientes em menos tempo gera mais satisfação.

Em certos segmentos, como o alimentício, essa é uma questão prioritária, considerando a perecibilidade.

Portanto, é necessário trabalhar para reduzir ou eliminar a demanda por estocagem, de modo a evitar que lotes inteiros sejam desperdiçados por não encontrarem compradores. 

Desvantagens da produção puxada

Embora seja eficaz, a produção puxada também apresenta seus desafios, em especial para as empresas com modelos de gestão mais engessados.

Por demandar capacidade de planejamento e eficiência operacional, em certos casos a implementação pode ser extremamente custosa.

Entenda a seguir o que está em jogo e por que essa pode não ser a melhor alternativa.

Maior exposição a riscos operacionais

A produção puxada depende de uma cadeia de suprimentos confiável e rápida.

Se houver atrasos em qualquer uma das etapas de distribuição, a produção pode ser interrompida.

Empresas grandes falham nesse aspecto, ao deixar de lado as questões logísticas quando tentam implementar o JIT.

Assim, é necessário contar com uma infraestrutura logística eficaz o bastante para garantir o abastecimento dos intermediários ou dos pontos de venda associados à indústria.

Complexidade dos processos

Por demandar uma programação cuidadosa e precisa, a produção puxada acaba sendo muito mais complexa de gerir.

A demanda do cliente deve ser monitorada a todo instante e os fornecedores devem ser coordenados com grande precisão em seus prazos.

Como vimos, não há espaço para “pontas soltas”.

Todos os elementos da cadeia de suprimentos precisam estar alinhados, o que naturalmente eleva a complexidade das operações.

Dificuldades em fases de alta demanda

Se houver uma demanda inesperadamente alta, pode ser difícil ajustar rapidamente a produção para atender a essa demanda.

Esse é um desafio presente ainda mais nas empresas que trabalham com sazonalidades, mesmo que se possa prevê-la.

Leva tempo até ajustar as operações de produção e distribuição e, com pouco espaço para o erro, a produção puxada acaba elevando os riscos operacionais.

Just in Time e produção puxada

A partir do que vimos, JIT e produção puxada são praticamente sinônimos.

Contudo, é relativamente comum usar o termo Just-in-Time para se referir apenas à parte relativa aos estoques.

Ambos são pilares da Casa Lean, que usa a metodologia Lean Six Sigma como um processo de edificação e reestruturação da gestão de uma empresa.

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Os desafios da indústria são complexos e exigem uma alta capacidade de resposta por parte dos seus profissionais.

Está ao seu alcance ser um deles, mas para isso, a qualificação é indispensável.

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Conclusão

Indústria que opera a partir da produção puxada pode ter uma grande vantagem sobre os concorrentes que não o fazem.

Desde que cumpra com algumas exigências, entre as quais contar com pessoas qualificadas em todos os seus processos.

Quem estuda na EDTI se capacita para superar esses e outros desafios, em cursos de formação Green Belt e Black Belt.

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